Brasil perde navios e freia avanço dos cruzeiros na temporada 2025/2026

A pesar dos bons resultados econômicos da última temporada, setor marítimo sofre retração e alerta para entraves que afastam navios do país.

A temporada 2024/2025 de cruzeiros marítimos registrou números expressivos no Brasil: 838 mil cruzeiristas embarcados, movimentação de R$ 5,43 bilhões na economia e geração de R$ 577,4 milhões em tributos. No entanto, para 2025/2026, o setor já projeta retração, com a redução da frota de navios e preocupações sobre a competitividade do país como destino turístico.

De acordo com a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), a próxima temporada contará com apenas sete navios de cabotagem — dois a menos do que no ciclo anterior —, o que representa uma queda de 19,5% na oferta de leitos, totalizando cerca de 674,6 mil. A estimativa é de que os impactos econômicos e sociais também sofram redução de aproximadamente 20%.

Durante o 7º Fórum CLIA Brasil 2025, realizado em Brasília, o presidente da entidade, Marco Ferraz, destacou que a retração não se deve à baixa demanda, mas sim a barreiras estruturais e regulatórias que ainda não foram superadas.

“Precisamos com urgência melhorar nossa infraestrutura, reduzir os custos portuários e trabalhistas, garantir segurança jurídica e atualizar a regulação. Sem isso, o Brasil perde espaço para destinos vizinhos mais competitivos”, afirmou Ferraz, ao apresentar estudo de impactos elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Ferraz alertou que os prejuízos vão além das companhias marítimas e atingem diretamente as comunidades que dependem do turismo. “É uma dor coletiva: para os portos, para as cidades e para os hóspedes, que terão menos opções. A última temporada demonstrou o potencial do setor, mas sem mudanças estruturais, não conseguiremos manter esse desempenho.”

O dirigente também comparou as dificuldades do setor de cruzeiros às enfrentadas pela aviação civil no Brasil, marcada por altos custos operacionais e regras desalinhadas ao padrão internacional.

Apesar do cenário desafiador, Ferraz se mostrou esperançoso com as recentes conversas com o Ministério de Portos e Aeroportos. “O diálogo está aberto. O Brasil tem potencial para ser um dos maiores destinos de cruzeiros do mundo, mas precisa criar as condições necessárias para isso. Estamos prontos para contribuir com dados e propostas concretas.”

Entre novembro e abril, a temporada 2024/2025 levou cruzeiros a dezenas de cidades brasileiras e sul-americanas, incluindo Itajaí, Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió e Paranaguá, além de escalas em Buenos Aires, Montevidéu e Punta del Este. O impacto econômico médio por passageiro foi de R$ 709,47 nas cidades de escala e de R$ 918,15 nas de embarque e desembarque.

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