Com 37,7 milhões de passageiros em maio, região mantém tendência de crescimento, embora em ritmo mais moderado. Brasil e Argentina se destacam como principais motores da alta, segundo relatório da ALTA.
O tráfego aéreo na América Latina e Caribe (ALC) cresceu 2,6% em maio de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior, somando 37,76 milhões de passageiros transportados.
A informação consta no Relatório de Tráfego da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA). Apesar do avanço, o ritmo de crescimento foi inferior ao registrado em abril (5,3%) e março (4%).
O Brasil se destacou como o principal impulsionador do crescimento regional, registrando seu melhor maio da história no tráfego doméstico, com 8,2 milhões de passageiros – um salto de 14% em relação a maio de 2024. No segmento internacional, o país também cresceu 13,2%, com um acréscimo de 250 mil passageiros, marcando cinco meses consecutivos de expansão.
De acordo com o relatório da ALTA, a queda nos preços das passagens tem contribuído para essa expansão. O transporte aéreo foi a categoria com maior deflação de serviços no país, com redução de 11,3% em relação ao ano anterior. Além disso, o consumo privado em serviços de transporte aéreo cresceu 16,9% entre janeiro e abril.
Na América do Sul, a Argentina apresentou o maior crescimento percentual no mercado doméstico, com alta de 21% em relação a maio de 2024. As viagens internacionais também subiram 19%, com destaque para os destinos Brasil (+110%), Chile (+99%) e Europa (+45%). A valorização do peso argentino frente a moedas estrangeiras e o fim de restrições cambiais foram apontados como fatores decisivos.
Por outro lado, o México, segundo maior mercado da região, teve crescimento mais tímido: 2,1% no tráfego doméstico e internacional. Já a Colômbia e o Chile enfrentaram retração em seus mercados internos, com quedas de 6,2% e 1%, respectivamente.
O segmento de voos internacionais intra-regionais (entre países da ALC) apresentou alta de 7,4% em maio, enquanto os voos extra-regionais registraram leve queda de 0,6%. A ocupação média dos voos foi de 84,4%.
Peter Cerdá, CEO da ALTA, destacou que “o crescimento do mercado brasileiro é reflexo de maior inclusão e acessibilidade”, mas alertou para riscos futuros. “Propostas fiscais como um IVA de 26,5% sobre passagens aéreas podem comprometer esse avanço”, afirmou.
No acumulado de janeiro a maio, a região transportou 199 milhões de passageiros, com um crescimento de 3,9% em relação a 2024.