Tráfego aéreo mundial cresceu 10,4% no último ano, superando em 3,8% os níveis de 2019. América Latina se destacou com um aumento de 14,4% no tráfego internacional.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) confirmou que 2024 foi um ano histórico para a aviação comercial, com um crescimento de 10,4% na demanda global de passageiros em comparação com 2023, superando em 3,8% os níveis pré-pandemia de 2019.
Segundo o relatório anual da organização, a capacidade total das companhias aéreas aumentou 8,7% e o fator de ocupação global atingiu 83,5%, o mais alto já registrado.
Os dados da IATA refletem que a aviação consolidou sua recuperação após a crise gerada pela pandemia de Covid-19, com um crescimento sustentado tanto no tráfego internacional quanto no doméstico. No segmento internacional, o aumento foi de 13,6% em relação a 2023, enquanto o tráfego doméstico cresceu 5,7%.
Dezembro de 2024 encerrou com números particularmente fortes, com um aumento de 8,6% na demanda global, superando a oferta de assentos, que cresceu 5,6%. O fator de ocupação para o último mês do ano atingiu 84%, estabelecendo um recorde histórico para dezembro.
Willie Walsh, diretor-geral da IATA, destacou que os números confirmam a forte demanda por viagens aéreas e o papel central da aviação no desenvolvimento econômico global. “Em 2024 ficou evidente que as pessoas querem viajar. As companhias aéreas responderam com eficiência recorde, preenchendo em média 83,5% dos assentos disponíveis. Esse crescimento reverbera em todas as economias e setores, impulsionando empregos, comércio e oportunidades de negócios em nível global”, afirmou.
A América Latina se consolidou como uma das regiões com maior crescimento no tráfego internacional de passageiros em 2024, registrando um aumento de 14,4% em comparação com o ano anterior. A capacidade na região cresceu 14,3%, enquanto o fator de ocupação atingiu 84,8%, o mais alto entre todas as regiões do mundo.
O tráfego doméstico no Brasil cresceu 4,6%, enquanto no México e na Colômbia a recuperação também foi positiva. Esses dados refletem a força do turismo e das viagens de negócios na região, impulsionados pela retomada econômica e pela ampliação das rotas aéreas.
Em outras partes do mundo, a Ásia-Pacífico foi a região com o maior crescimento em termos de tráfego internacional, registrando um aumento de 26% em relação a 2023, enquanto a Europa cresceu 9,7% e o Oriente Médio, 9,4%. A África registrou um crescimento de 13,2%, embora seu fator de ocupação continue sendo o mais baixo (74,9%).
Para 2025, a IATA projeta que a demanda por viagens continuará crescendo, embora em um ritmo mais moderado de 8%, alinhado com as tendências históricas. No entanto, Walsh alertou que o setor enfrenta desafios importantes, entre eles segurança e sustentabilidade.
“O recente acidente em Washington nos lembra que a segurança deve continuar sendo nossa prioridade absoluta. Além disso, estamos comprometidos em alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050, mas a produção de combustível de aviação sustentável (SAF) ainda é insuficiente e cara. É fundamental que os governos apoiem seu desenvolvimento para garantir um futuro mais verde para a aviação”, enfatizou Walsh.