Conforme a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a região está emergindo como a nova fronteira para o crescimento da aviação global, com um imenso potencial de conectividade e atração de turistas internacionais.
Nos últimos 20 anos, segundo comunicado da ALTA, as companhias aéreas da América Latina e do Caribe aumentaram o número de passageiros transportados em mais de 250%, e a oferta de rotas domésticas e internacionais cresceu mais de 30%.
Durante uma reunião recente, especialistas discutiram como a rica diversidade e oferta cultural da região podem torná-la um destino líder para visitantes de todo o mundo. Moderado por Alex de Gunten, da HEICO, o painel reuniu líderes do setor para debater estratégias que reforcem os fluxos turísticos intrarregionais e atraiam ainda mais visitantes do exterior. Atualmente, 75% do tráfego internacional é composto por turistas de fora da América Latina e do Caribe, destacando a oportunidade de crescimento.
O impacto positivo da conectividade no desenvolvimento do turismo regional foi reforçado por Ahmet Olmustur, COO da Turkish Airlines, que amplia suas operações na região, com planos para novas rotas em cidades como Santiago, no Chile, e Lima, no Peru. “Operamos em 130 países, o que nos permite colaborar com várias autoridades e agregar valor a qualquer destino. Nossa experiência nos ensinou que, trabalhando em conjunto, podemos aumentar significativamente o número de voos e conectar ainda mais pessoas.”
Daniel Ketchibachian, CEO da AA2000, destacou a importância de eliminar barreiras e fortalecer as parcerias entre as companhias aéreas para transformar o mercado, visando atrair mais turistas e intensificar a cooperação regional. “O que acontece hoje na Argentina é um processo que muitas companhias aéreas pedem há anos. É necessário remover barreiras, reduzir regulamentações e iniciar o que se chama de céu aberto. Todos os Acordos de Serviços Aéreos que foram historicamente discutidos agora estão sendo flexibilizados, e isso significa remover algumas restrições, o que é fundamental para definir o futuro da aviação na América Latina. Estamos vivendo uma nova fase, nos aproximando de todas as companhias aéreas e trabalhando para sermos um país cada vez mais conectado”, explicou Ketchibachian.
Willie Walsh, presidente da IATA, lembrou que os principais desafios para a aviação na região são a alta tributação e as infraestruturas. “O setor na América Latina e no Caribe é fortemente tributado em comparação com a maioria do mundo. Os custos são elevados e as infraestruturas ainda não estão tão desenvolvidas. O potencial é enorme, considerando a demografia, a geografia e as oportunidades na região, mas é necessária uma maior conscientização, especialmente entre os tomadores de decisão, sobre o impacto negativo da tributação excessiva. Porque, independentemente da origem dos turistas, os países têm muito a oferecer, mas o preço será sempre um fator determinante”, explicou Walsh.
Para Gabriela Frias, apresentadora da CNN, é essencial que governos e indústrias estejam alinhados em uma visão compartilhada para o futuro, e que essa visão envolva todos os setores: “Ter um objetivo comum representa criação de empregos, crescimento e progresso. O problema é que, às vezes, os governos enxergam o setor privado mais como um adversário do que como um parceiro no desenvolvimento econômico e social, e essa mentalidade precisa mudar.”
Os debates ressaltaram que os avanços tecnológicos e as parcerias regionais são fundamentais para consolidar a América Latina e o Caribe como um destino global, oferecendo uma experiência turística cada vez mais acessível e inclusiva para visitantes de todo o mundo.