Silvia Seperack, diretora do Escritório Comercial da Promperú na Argentina e no Brasil, representou o Peru na Feira Internacional de Turismo (FIT) de Buenos Aires, revelando o excelente desempenho do turismo brasileiro no país.
A Réport News conversou com a responsável comercial da Promperú na Argentina e no Brasil durante a FIT, que acaba de encerrar mais uma edição com uma importante quantidade de público e expositores internacionais. O turismo sustentável, a diversificação e as novidades do Peru para os viajantes latino-americanos foram os temas centrais da participação do país no evento.
O que busca o viajante brasileiro, ou latino-americano em geral, que viaja ao Peru?
Mostramos os ícones do turismo como Cusco, o Vale Sagrado e a Cidadela Inca, com diferentes ofertas e pacotes turísticos. Contamos com a presença de oito operadores turísticos, mas também trouxemos produtos como hotéis e trens de luxo. Além disso, temos novidades: por exemplo, um novo voo de Lima para Ancash, especificamente para Huaraz, que é um destino muito popular entre os amantes de trekking.
Quais são as características que distinguem essa região?
Huaraz é ideal para quem gosta de trekking de intensidade média, com trilhas cercadas por lagos e pelas imponentes Cordilheiras Branca e Negra. Além disso, a cerca de três horas de Huaraz, está a cidadela do Vale de Chavín de Huántar, um impressionante sítio arqueológico pré-inca declarado Patrimônio da Humanidade. É uma estrutura monumental, completamente construída em pedra, em diferentes níveis, e é algo imperdível.
Quais outras rotas destacadas vocês têm para trekking?
O mais conhecido é o Caminho Inca, que cobre 40 quilômetros em quatro dias, com diferentes opções de acordo com o nível de dificuldade. Também está sendo muito desenvolvido o trekking para Choquequirao, que muitos consideram o “segundo Machu Picchu”. Trata-se de outra cidade inca no alto de uma montanha, e atualmente só se pode chegar a pé ou a cavalo. Outro trekking popular é o Caminho de Salkantay, que parte da lagoa Humantay e atravessa os picos nevados até chegar à Cidadela Inca. Esse percurso oferece a opção de glamping em vários pontos, tornando a experiência mais confortável.
Além de Machu Picchu, quais outros destinos vocês estão promovendo?
Queremos que o Peru não seja conhecido apenas por Machu Picchu, apesar de ser nosso maior ícone. Estamos promovendo outros destinos como Huaraz, que mencionei antes, mas também temos muito a oferecer em outras regiões. Por exemplo, no norte, temos Trujillo e Chiclayo, onde se encontram os vestígios da civilização moche, e Lambayeque. Em Lima, perto da capital, temos Caral, a cidade mais antiga da América do Sul. Também, na região de Amazonas, está a fortaleza de Kuélap, outro destino impressionante. Assim, estamos diversificando nossa oferta para que os turistas possam desfrutar da cultura, natureza e aventuras em diferentes regiões do país.
Quais são os principais mercados emissores de turistas para o Peru e como eles evoluíram nos últimos anos?
O mercado mais importante para nós é os Estados Unidos, seguido pelo Chile. Depois vêm nossos países vizinhos, como Equador, Colômbia e Bolívia, e em quinto lugar está o Brasil. Um dado interessante é que este ano o Brasil superou os níveis de turistas pré-pandemia, o que é uma excelente notícia. A Argentina ocupa o sétimo lugar, seguida por Espanha, México e outros mercados europeus.
Quais são os objetivos e o que destaca a campanha “Peru Wow”?
A campanha “Peru Wow” destaca nossa incrível riqueza cultural, que não está apenas em Cusco, mas também no norte do país, em Lima, Arequipa, Puno, e outras regiões. Queremos que os viajantes conheçam a diversidade que o Peru oferece, desde a cultura milenar até as paisagens naturais, e que possam viver experiências autênticas. Também estamos promovendo o ecoturismo e o turismo comunitário, para que os turistas possam se conectar com as comunidades locais e a natureza de forma sustentável.
Quais são os principais desafios que o Peru enfrenta em termos de turismo sustentável?
Nosso maior desafio é diversificar os destinos visitados pelos turistas e tornar o turismo mais sustentável. Queremos que o impacto do turismo seja positivo para as comunidades locais, que possam se beneficiar com a renda gerada pelo turismo. Estamos trabalhando muito para promover o turismo comunitário e fazer com que os destinos menos conhecidos também recebam visitantes, o que ajuda a descongestionar lugares como Machu Picchu e contribui para a conservação de outros sítios culturais e naturais.
Quais outros eventos importantes estão por vir no Peru?
No final de outubro e na primeira semana de novembro, realizaremos a feira gastronômica “Peru, Mucho Gusto”, onde não apenas mostraremos a gastronomia das diferentes regiões, mas também ofereceremos produtos locais para que os turistas possam conhecer toda a cadeia de valor da nossa culinária. Também haverá uma área de artesanato, onde os visitantes poderão adquirir produtos feitos pelas nossas comunidades. Esta feira busca ser a herdeira da famosa feira Mistura, e esperamos que muitos possam vir para aproveitá-la.