A cooperação técnica assinada durante a Feira Internacional de Turismo de Madrid prevê uma série de ações para desenvolver o segmento, incluindo a criação de um Mapa do Afroturismo no Brasil.
O diretor de Turismo do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe-, Oscar Rueda García, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, assinaram em Madrid um acordo de cooperação técnica por um valor de US$150.000 (cerca de R$730.000).
O objetivo é estimular o afroturismo no Brasil, um conceito que valoriza o papel do empreendedor afro e se refere à incorporação de experiências turísticas que impliquem a celebração da cultura, da história e das vivências da população afrodescendente.
O acordo prevê a criação de um Mapa do Afroturismo no Brasil, a redação de um documento que se trabalhará com o segmento turístico com boas práticas, com ênfase no afroturismo e no turismo étnico. Também, será dado treinamento a empresários e dirigentes do setor público sobre o tema e se elaborará um Plano Estratégico de Promoção Internacional do Afroturismo.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, celebrou o apoio ao desenvolvimento do afroturismo no Brasil e à sua promoção internacional. “Não há história do Brasil sem a história da África. Situar o afroturismo no centro de nossa agenda de promoção internacional e assinar agora este acordo com o CAF para financiar o setor é estratégico para fortalecer os afros empresários, gerar emprego e valorizar a memória do povo negro do Brasil. Os turistas nos ajudarão a construir um país mais justo, inclusivo e comprometido com a luta contra o racismo“, afirmou.
O acordo de cooperação técnica contribuirá com os esforços da Embratur por aumentar o número de turistas estrangeiros interessados em experiências de afroturismo no Brasil. “Falamos de visitar marcos de acontecimentos negros, porém também de experiências de quilombos, terreiros, escolas de samba, blocos afros, festivais de música e arte. Falamos das lembranças de nosso país, mas também do que estamos construindo no presente e do que estamos planejando para o futuro”, acrescentou.
O Diretor de Turismo do CAF, Oscar Rueda García, referiu-se à importância de fortalecer o setor turístico. “Espera-se que em 2024 o Brasil tenha 8% de seu PIB coberto pelo setor turístico, com previsões de ingressos por turismo que superem o nível anterior à pandemia. A ampliação da oferta de turismo cultural através do afroturismo pode ser um valioso atrativo para turistas do mundo todo, já que existe uma tendência crescente de interesse pelos projetos turísticos que promovam o patrimônio cultural africano. Trata-se de um novo mercado que começa a estabelecer-se na rede turística mundial, com amplas oportunidades que o Brasil pode explorar“, afirmou.