Que preço terá restabelecer os vistos aos EUA, Canadá, Japão e Austrália? 

Por motivos de reciprocidade, os cidadãos de vários países terão que voltar a pedir um visto para viajar ao Brasil. Segundo especialistas da Universidade de São Paulo, a medida pode ter um custo muito alto.

A isenção de vistos, medida que regia para os cidadãos dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, mas que acaba de ser revocada por razões de reciprocidade, pode gerar BR$ 800 milhões por ano, segundo um estudo da Universidade de São Paulo.

De acordo com o professor Glauber Santos, do Programa de Pós graduação em Turismo da Universidade de São Paulo (USP), a medida teve pouco tempo para mostrar resultados, porém, dando-lhe o prazo necessário pode ser muito benéfica para o Brasil. Em outras palavras, segundo Santos o efeito da isenção de visto ainda estava sendo consolidado quando foi interrompido pela pandemia.

O acadêmico considera que o restabelecimento dos vistos pode fazer que o Brasil perca R$ 800 milhões anuais em ingressos não recebidos. “O retrocesso ocorre bem no momento em que os fluxos internacionais estão em rápida recuperação em todo o mundo”, disse.

“A isenção de visto -acrescentou- foi destacada repetidamente pela investigação científica como uma política com um efeito positivo na atração de turistas”. Nesse sentido, citou um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, que analisou os fluxos turísticos internacionais de 124 países ao longo de 14 anos e concluiu que o efeito da isenção de visto é positivo.

De acordo com  essa pesquisa, os fluxos turísticos sem visto são até 120% superiores àqueles nos quais se exige o documento. Além disso, o efeito da isenção sobre o turismo aumentou de maneira significativa ao longo dos anos.

“Parece haver uma carreira de isenções e turistas na qual o Brasil acaba de tomar a direção contrária”, disse Santos. Segundo seu trabalho, uma análise econométrica destinada a extrair estimações o mais precisas possíveis, “nos oito meses em que a isenção de visto pôde mostrar resultados antes do Covid-19, os quatro países isentos enviaram ao Brasil quase 80 mil turistas a mais do previsto. Considerando o perfil de gasto dos turistas destes países no Brasil, calcula-se que os ingressos adicionais por turismo foram de BR$ 328 milhões”.

“Além disso, os dados mostram que o efeito da isenção de visto ainda estava sendo consolidado quando foi bruscamente interrompido pela pandemia. A diferença entre as cifras reais e as previstas crescia mês a mês. Isso é de esperar, já que o efeito da isenção de visto não é imediato, pois o mercado de consumo demora algum tempo para adaptar-se às novas normas. Se a tendência crescente tivesse se mantido, calcula-se que o resultado da medida poderia ter superado os 200.000 turistas e os BR$ 800 milhões por ano”, concluiu o especialista.

Para chegar aos resultados, o acadêmico comparou o número de chegadas de turistas internacionais ao Brasil registrado pelo Ministério de Turismo com o número de turistas previsto se a isenção de visto não tivesse sido aplicada. 

As previsões foram realizadas com uma técnica que permite descompor os dados históricos em vários componentes. As previsões do modelo leva em conta os padrões de estacionalidade do fluxo turístico, bem como as tendências a curto e longo prazo. 

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