Com homenagens à democracia, arrancou a agenda de festejos e se prevê uma afluência recorde de 46 milhões de pessoas, com uma geração de negócios em torno dos US$ 1.6 bilhões.

O Carnaval 2023, o primeiro após a pandemia, promete ser o mais multitudinário dos últimos anos. Espera-se uma convocação de 46 milhões de pessoas e o maior movimento de turistas que saem para desfrutar do carnaval repercutirá no setor hoteleiro.

Segundo um levantamento da Embratur de fontes do mercado, o nível médio de ocupação de capitais do Nordeste como Salvador, Fortaleza, Alagoas, Olinda, Recife e João Pessoa é de 87 %. O Rio de Janeiro, capital icônica do carnaval brasileiro, aproxima-se de sua capacidade máxima.

De acordo com Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor de Turismo deve gerar ingressos de mais de US$ 1.6 bilhões, uma quantia que seria o segundo maior dos últimos 11 anos, só superado pelo registrado no Carnaval de 2020, o último prévio à pandemia.

“O Brasil vive um novo momento e o Carnaval tem que ser um símbolo dessa mudança. Alegria, confraternização, respeito. Isso é o que nosso país tem que mostrar ao mundo”, disse o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

“O regresso do carnaval este ano terá um grande impacto em nossa economia, atraindo milhões de brasileiros e estrangeiros às festas do país. Isso só corrobora a força do turismo como fonte econômica capaz de criar empregos e gerar ingressos para a população, além de contribuir com a valorização da cultura nacional”, disse a ministra de Turismo, Daniela Carneiro.

O lema oficial do carnaval do Rio de Janeiro será uma homenagem à democracia. A cidade toda está identificada com cartazes que dizem “Carnaval da democracia: deu samba”. A cidade espera atrair cinco milhões de participantes entre os blocos e o desfile no Sambódromo Marquês de Sapucaí.

Salvador também comemora oficialmente o Carnaval até 21 de fevereiro. A influência afro está representada por agrupações como o bloco Ilê Aiyê nas ruas do bairro Liberdade, os tambores de Olodum, ou o bloco do Afoxé Filhos de Gandhy.

A diferença com o Rio ou São Pablo, é que em Salvador não houve carnavais extraoficiais em 2021 e 2022, motivo pelo qual este ano a expectativa é de festa intensa e ruas abarrotadas. O governo local anunciou a abertura de novos blocos de carnaval de acesso livre.

Por sua vez, em Pernambuco a festa terá como emblema o tradicional – e multitudinário- desfile do bloco “Galo da Madrugada”, em Recife, onde a ocupação hoteleira já supera 90 % da capacidade total.

O desfile do galo gigante começará na primeira hora do sábado 18, com o final do trajeto estipulado para as seis da tarde e com previsão de convocar até dois milhões de pessoas durante sua travessia pelas pontes da capital.

Na véspera, na noite de 17 de fevereiro, o carnaval será inaugurado com um show de Caetano Veloso na praça Marco Zero, um dos polos cêntricos da capital pernambucana, junto a grandes artistas como Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Fafá de Belém, Chico Cesar, Duda Beat e Maestro Forró.

São Paulo, apesar de não ser conhecida por sua tradição carnavalesca, terá mais de 500 blocos programados por toda a capital entre os dias 11 e 22 de fevereiro: a lista inclui blocos afro, LGBT, infantis, com música ao vivo (sem trios elétricos) e os tradicionais com caminhões de som. O tradicional bloco Acadêmicos do Baixo Augusta (que se concentra na Rua da Consolação e atrai milhares de pessoas), este ano desfilará com a agrupação baiana Olodum e prestará homenagem à cantora Gal Costa, falecida no final do ano passado.

O carnaval de escolas paulistanas se apresentará no fim de semana de 17 e 18 no sambódromo do Anhembi, com 14 escolas competindo pelo prêmio maior. As autoridades preveem um público de 15 milhões de pessoas durante a realização.