Documento reconhece protagonismo indígena na construção de um turismo sustentável, cultural e autônomo; iniciativa envolve Funai, Ministério dos Povos Indígenas e Ministério do Turismo.
O Ministério do Turismo lançou oficialmente o Mapeamento do Turismo em Comunidades Indígenas no Brasil, durante a COP30, em Belém (PA). A apresentação aconteceu no estande “Conheça o Brasil”, na Green Zone da conferência, e representa um marco no reconhecimento do etnoturismo como vetor de valorização cultural e fortalecimento territorial dos povos originários.
O mapeamento reúne um diagnóstico das experiências turísticas ofertadas por comunidades indígenas em diversos biomas, com iniciativas autônomas que promovem a sustentabilidade, a memória cultural e o protagonismo local. Um segundo lançamento está previsto para domingo (16), na Aldeia COP — espaço oficial indígena dentro da conferência climática.
A publicação é resultado de uma articulação entre o Ministério do Turismo, o Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), com metodologia participativa que incluiu oficinas técnicas, consultas públicas e diálogos com representantes indígenas.
Para a coordenadora-geral de Turismo Sustentável e Responsável do MTur, Carolina Fávero, o mapeamento é mais do que um inventário técnico. “É um reconhecimento da força das comunidades indígenas na construção de um turismo que respeita e compartilha suas culturas. Cada iniciativa reflete autonomia e sustentabilidade”, destacou.
A secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas, Ceiça Pitaguary, enfatizou que o turismo deve ser conduzido sob a governança dos povos. “Não existe um modelo único. O etnoturismo deve ser planejado com os indígenas, com base nos Planos de Gestão Ambiental e Territorial de cada povo”, afirmou.
Durante a COP30, o governo promove a Aldeia COP na Universidade Federal do Pará, que acolhe cerca de 3 mil indígenas, integrando turismo e clima. O Ministério do Turismo também avança com o projeto Brasil, Turismo Responsável, em parceria com a UFRN, que oferece capacitação e orientações para inclusão de comunidades tradicionais no mapa turístico nacional.
O MTur ainda disponibiliza um guia do Projeto Experiências do Brasil Original, voltado a estados e municípios, com metodologia para replicar ações locais que promovam inserção social, valorização cultural e desenvolvimento sustentável em terras indígenas e quilombolas.



