O ciclone, que chegou à categoria 5 em sua passagem pela Jamaica, enfraqueceu para categoria 2 ao deixar Cuba em direção às Bahamas, deixando um rastro de destruição e milhares de desabrigados no Caribe.
O Furacão Melissa continua avançando pelo Atlântico após um percurso devastador que colocou vários países do Caribe em estado de emergência. O fenômeno, classificado pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos como “extremamente perigoso”, atingiu Cuba na manhã de quarta-feira como um furacão de categoria 3, provocando ventos superiores a 190 km/h, inundações generalizadas e danos estruturais severos no leste da ilha.
Por volta das 11h (horário do Leste dos EUA), Melissa já havia se deslocado para o oceano Atlântico como um furacão de categoria 2, em direção ao sudeste das Bahamas, onde são esperadas chuvas intensas, marés de até 2,5 metros e interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Na Jamaica, o impacto foi ainda mais violento. Na terça-feira, o olho do furacão tocou terra próximo a New Hope com ventos sustentados de 295 km/h e pressão central de 892 milibares, tornando-se o furacão mais poderoso da história do país. O primeiro-ministro Andrew Holness declarou a Jamaica zona de desastre nacional, enquanto autoridades confirmavam danos maciços em moradias, infraestrutura e comunicações.
Em Montego Bay, o prefeito Richard Vernon descreveu o cenário como “muito grave e extenso”. A cidade está sem energia elétrica e serviços básicos, e o aeroporto internacional sofreu danos significativos. No sudoeste, o Hospital de Black River foi “devastado”, segundo o parlamentar Desmond McKenzie, que também informou que um bebê nasceu durante a passagem do furacão, em meio à emergência.
O Ministério do Governo Local informou que, até o momento, não há confirmação oficial de mortes diretas causadas pela passagem do furacão na Jamaica, embora três pessoas tenham morrido durante os preparativos antes do impacto.
No Haiti, o prefeito de Petit-Goâve relatou pelo menos 25 mortes após o transbordamento de um rio provocado pelas chuvas torrenciais. Em Cuba, cerca de 140 mil pessoas permanecem isoladas devido à elevação dos rios nas províncias orientais, especialmente em Guantánamo e Santiago de Cuba.
O NHC destacou a precisão incomum de suas previsões sobre Melissa: a agência norte-americana antecipou com mais de três dias de antecedência que o sistema se intensificaria rapidamente até atingir a categoria 5. Especialistas atribuem a exatidão dos modelos à incorporação de ferramentas de inteligência artificial, como os sistemas de previsão desenvolvidos pelo Google DeepMind.
De acordo com a trajetória atual, Melissa deve atravessar rapidamente as Bahamas entre hoje e amanhã, antes de se aproximar das Bermudas na noite de quinta-feira. Espera-se que, embora enfraqueça gradualmente, continue sendo uma tempestade de grande impacto, com chuvas torrenciais e fortes marés.
Até o momento, Melissa é o furacão mais poderoso da temporada atlântica de 2025, e os organismos internacionais de ajuda humanitária alertam que os trabalhos de reconstrução na Jamaica poderão levar meses, devido à magnitude dos danos causados.




