Encontro em Brasília reuniu especialistas, empreendedores e gestores para debater estratégias de promoção internacional do turismo de matriz africana.
A Embratur e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) realizaram, nesta sexta-feira (12), em Brasília, o workshop Trilhas do Afroturismo, com o objetivo de consolidar o segmento como produto turístico competitivo no mercado global. O evento integrou a programação do 1º Fórum Brasileiro de Turismo Responsável.
A iniciativa destacou o Afroturismo como vetor de valorização cultural, fomento ao empreendedorismo da população preta e instrumento para projetar o Brasil como destino plural e inclusivo. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, ressaltou que a proposta reafirma o compromisso da Agência com a diversidade e o combate ao racismo.
“O Afroturismo celebra a cultura e a história da população preta, além de colocar em evidência o empreendedorismo afro. Este workshop é um momento importante para alinharmos estratégias que permitam expandir o segmento e consolidá-lo no exterior”, afirmou Freixo.
O diretor de Turismo da CAF, Óscar Rueda, reforçou que o Afroturismo deve ser entendido como a riqueza cultural afrodescendente transformada em produto turístico. “É uma experiência única, que enriquece o visitante e, muitas vezes, representa um reencontro com sua própria cultura”, destacou.
Experiências e boas práticas
O encontro contou com painéis sobre inovação, storytelling e governança comunitária. Tania Neres, coordenadora de Afroturismo da Embratur, avaliou que a iniciativa consolida um ciclo de trabalho construído em parceria com a CAF, fortalecendo redes de empreendedores.
A turismóloga Bianca D’Aya, fundadora da agência Me Leva Cerrado, apresentou um painel sobre experiências culturais autênticas e inclusivas, destacando a importância da troca de práticas no setor. A pesquisadora argentina Julia Cohen Ribeiro trouxe casos internacionais de promoção do afroturismo, enquanto Dominga Natália Moreira dos Santos Rosa, secretária de Turismo e Cultura de Cavalcante (GO), compartilhou o modelo de governança do Quilombo Kalunga, maior quilombo do Brasil.
Moreira ressaltou que o turismo comunitário tem gerado resultados positivos para sua região. “Mostramos como a comunidade organiza a gestão, toma decisões coletivas e garante que os benefícios do turismo cheguem a todos”, disse.