Os tempos de espera para entrevistas de vistos de turismo e negócios diminuíram levemente em 2025, segundo novos dados do Departamento de Estado dos Estados Unidos, embora Colômbia, Equador e México ainda apresentem atrasos superiores a oito meses.
O Departamento de Estado atualizou, em abril de 2025, sua metodologia para informar os prazos de entrevistas para os vistos B1/B2, que permitem entrada nos EUA para fins turísticos ou comerciais. Em vez de divulgar o “tempo médio de espera”, agora é informado o prazo até a “próxima data disponível”, oferecendo uma visão mais precisa e atualizada para quem está planejando a viagem.
Com essa nova abordagem, o tempo médio ponderado para os oito principais países emissores que não fazem parte do Programa de Isenção de Visto (Visa Waiver Program) caiu de 206 dias em janeiro para 188 dias em abril. No entanto, os dados revelam grandes disparidades entre os países.
América Latina: avanços desiguais
O país latino-americano com o maior atraso é a Colômbia, com 390 dias de espera, apesar da melhora em relação aos 700 dias registrados em janeiro. Em seguida estão o Equador, com 298 dias, e o México, com 272. Em contraste, o Brasil apresenta o melhor desempenho da região, com apenas 21 dias de espera, seguido pela China, com 55 dias, e pela Argentina, com 60 — embora este último tenha dobrado seu tempo em relação aos 30 dias de janeiro.
Segundo o relatório da U.S. Travel, essa redução geral se deve à otimização na disponibilidade de agendamentos e à nova forma de cálculo, que deixou de considerar a média de tempos passados e passou a priorizar a disponibilidade futura imediata.
Mudanças na divulgação dos dados
Outra novidade é que os dados deixarão de ser atualizados diariamente e passarão a ser publicados mensalmente. Além disso, os prazos não serão mais informados com exatidão diária, e sim em intervalos de 15 ou 30 dias. Essa padronização busca facilitar o acesso às informações e tornar o acompanhamento mais consistente entre consulados e embaixadas ao redor do mundo.
Uma questão econômica estratégica para os EUA
A melhora nos prazos de espera também tem um objetivo econômico: reverter o déficit na balança comercial de viagens. Em 2024, turistas internacionais geraram US$ 181 bilhões em gastos diretos nos EUA — mais do que o total das exportações agrícolas americanas. Ainda assim, o ano registrou um déficit de US$ 50 bilhões no setor de viagens, revertendo um histórico de superávits.
Reduzir os tempos de espera, portanto, não é apenas uma questão de conveniência para o viajante, mas uma estratégia central para atrair mais visitantes, fortalecer a economia e melhorar a balança comercial dos Estados Unidos.