O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, manifestou recentemente a intenção de que sua administração assuma o controle da Aerolíneas Argentinas, caso o governo federal avance com planos de privatização da companhia aérea nacional.
Axel Kicillof afirmou que, se o governo nacional decidir vender ou desmantelar a empresa, a província de Buenos Aires não permitirá tal ação.
Durante uma coletiva de imprensa, Kicillof destacou a importância da Aerolíneas Argentinas como instrumento central para a conectividade do país e fonte significativa de receita e bem-estar. Ele enfatizou que a província está disposta a iniciar os procedimentos institucionais necessários para assumir a empresa, caso o governo federal decida transferi-la ou vendê-la.
O governador também mencionou que a província começará um diálogo com trabalhadores e outros governadores que dependem da companhia aérea, visando formar uma frente unida para manter a Aerolíneas Argentinas sob controle público. Kicillof, que já atuou como CEO da empresa estatal entre 2009 e 2011, expressou preocupação com os possíveis impactos econômicos e sociais de uma privatização, lembrando experiências negativas anteriores, como a venda da companhia na década de 1990.
A proposta de Kicillof gerou debates no cenário político argentino, com alguns setores apoiando a iniciativa para preservar um ativo estratégico nacional, enquanto outros criticam a viabilidade econômica de tal medida. O governo federal, liderado pelo presidente Javier Milei, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta da província de Buenos Aires.
A Aerolíneas Argentinas, fundada em 1950 e nacionalizada novamente em 2008, desempenha um papel crucial na conectividade territorial da Argentina, operando voos domésticos e internacionais que ligam o país a diversas partes do mundo. A possível mudança de controle para a província de Buenos Aires representa um desenvolvimento significativo na gestão da aviação civil argentina e poderá influenciar futuras políticas de transporte no país.
No entanto, diversos especialistas em economia e gestão pública expressaram ceticismo quanto à viabilidade de a província de Buenos Aires assumir o controle da Aerolíneas Argentinas. Eles apontam que a província enfrenta sérios problemas fiscais, incluindo um elevado endividamento e um déficit orçamentário significativo, o que dificultaria a capacidade financeira para sustentar uma empresa da magnitude da companhia aérea nacional.
Além disso, analistas destacam que a gestão de uma companhia aérea requer uma infraestrutura administrativa e operacional especializada, que atualmente a província não possui. A transição de controle poderia implicar desafios logísticos e legais consideráveis, bem como a necessidade de estabelecer novos acordos trabalhistas e de rotas aéreas, o que adiciona complexidade à proposta do governador Kicillof.