Os principais destinos do país se promoveram durante uma turnê que passou por várias capitais do continente, incluindo a Argentina. O evento combinou apresentações, reuniões B2B e uma festa com ritmos e sabores dos diversos estados participantes.
Operadoras, agentes de viagens e profissionais do turismo da Argentina, o principal emissor de visitantes para o Brasil, foram convidados para participarem do Roadshow Visit Brasil 2024, que também teve edições no Uruguai, Chile, Peru e Colômbia.
Em 2023, quase 3 milhões de argentinos, chilenos, uruguaios, peruanos e colombianos visitaram alguns pontos do Brasil. Ainda que boa parte tenha chegado por via terrestre (especialmente da Argentina e do Uruguai), este fluxo se apoia sobre uma importante rede de conexões aéreas, de várias companhias.
Em Buenos Aires, o encontro foi nos salões da Embaixada do Brasil. Alexandre Nakagawa, gerente de Turismo de Reuniões, Incentivos e Negócios Internacionais (MICE) da Embratur, recebeu o Rèport para detalhar as estratégias do organismo de promoção e as finalidades do roadshow.
Esta etapa do roadshow é algo diferente das outras, por ser o Brasil o destino preferido dos argentinos?
É verdade que aqui é um pouco mais fácil que em outros destinos. A Argentina é o país do continente que melhor nos conhece. Digo que os argentinos, às vezes, conhecem mais o Brasil que os próprios brasileiros. Porém, o desafio que temos é, então, conseguir uma diversificação dos produtos. Chegamos a isso com capacitações diretas dos estados, e com rodas de negócios dirigidas às agências argentinas.
Visamos assim a uma maior diversificação e também um aumento dos negócios. Há alguns destinos do Brasil que vieram especificamente para esta etapa argentina do roadshow, como por exemplo Rio Grande do Norte.
Além de destinos consolidados, vieram outros que são mais “novos” para o público argentino?
Temos os exemplos dos estados de Goiás e Paraná. Quero dizer com esses dois exemplos que não só apresentamos destinos de praia. Embora no Paraná há um litoral, contamos com representantes de Curitiba, um destino claramente urbano. Da mesma maneira, São Paulo nos acompanha. É um destino muito consolidado para o turismo MICE, no entanto, ainda tem um enorme potencial para o turismo convencional.
Mas, eu gostaria de falar de Goiás, mais especialmente. É o estado vizinho de Brasília, nossa capital federal, que conta com uma conexão direta com Buenos Aires. É uma região com muitas propostas de aventura, de turismo de natureza e, obviamente, de gastronomia e de cultura.
Porém, não é por isso que nos esquecemos do turismo de praia. É um produto que procura massivamente o turista argentino. Nossa estratégia é utilizar Sol & Praia como um indutor e complementá-lo com outros destinos próximos.
Em Montevidéu, por exemplo, comprovamos o grande interesse que tem a Ilha do Mel entre os uruguaios. Curitiba, que está perto, está sendo beneficiada com esse turismo. Gostaríamos de replicar isso entre os argentinos também. É a razão pela qual Curitiba está participando de maneira direta, como município.
Na Amazônia, temos dois destinos muito fortes, Manaus e Santarém. Não estão de maneira direta neste roadshow, mas os apresentamos por meio de vídeos, para mostrar todo seu potencial como destino de natureza ao público argentino. São outros exemplos da diversidade incrível que tem o Brasil.
Esta ação direta visa o trade. O que fazem para o público, para continuarem gerando demanda?
Temos campanhas, digitais e por meio de nossos partners aqui na Argentina. Estamos justamente preparando uma ação muito grande. E estaremos presentes ao longo do ano. É verdade que a Argentina é para nós um mercado consolidado. Na realidade, é o mais importante a nível internacional. De modo que, contamos com muitas ferramentas. Além desse roadshow, estaremos massivamente na FIT e distribuímos todo o ano todas as ferramentas que o mercado necessita para poder vender o Brasil.
Falamos de diversificação há uns minutos. Como se consegue isso em um mercado que associa tanto o Brasil com suas praias?
É uma boa pergunta. É verdade que os argentinos se concentram nos destinos de praia. E temos que evitar a armadilha de sermos conhecidos e apreciados somente por nossas praias. Por isso, estamos fazendo inserções de cultura e natureza, de sustentabilidade, de gastronomia, e incluso de música. Promovemos toda a diversidade que tem o povo do Brasil. Muitos destinos no mundo têm praias, mas nossa vantagem competitiva é que temos uma cultura muito forte e muito carismática que forma parte genuinamente de qualquer de nossos destinos. Em todos os destinos do litoral atlântico brasileiro, a menos de 100 kms de uma praia conhecida, há um sem-fim de opções, de parques temáticos, de experiências de natureza, de cultura entre outros.