Sede da conferência climática da ONU, capital paraense aposta em infraestrutura, inovação e sustentabilidade para impulsionar o turismo.
Belém, capital do Pará, vive um momento decisivo de transformação com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30. A cidade, que até então era marcada por um turismo voltado majoritariamente a negócios e eventos regionais, vê no encontro internacional uma oportunidade histórica para se posicionar como destino sustentável, inovador e conectado à Amazônia.
Nos últimos meses, a cidade passou por um intenso processo de preparação. A construção e renovação de hotéis, investimentos em mobilidade urbana, ampliação da rede de serviços e ações de capacitação no setor turístico fizeram parte do esforço coordenado entre os governos federal, estadual e municipal para garantir a infraestrutura necessária ao evento .
Mais do que um desafio logístico, a COP30 tem sido encarada como uma plataforma de transformação para o turismo local. A Embratur, por meio de seu laboratório de inovação, lançou iniciativas como o “What’s UP, Belém?”, um guia turístico com inteligência artificial acessível por WhatsApp, que oferece informações em tempo real sobre transporte, segurança, cultura e atrações sustentáveis da cidade.
O Mercado Ver-o-Peso, o Forte do Presépio, a Basílica de Nazaré, os rios e manguezais da região e a culinária amazônica despontam como principais atrativos, somando-se a uma agenda cultural intensa, marcada por manifestações como o Círio de Nazaré — uma das maiores procissões católicas do mundo. O evento também impulsionou iniciativas como o turismo de base comunitária, com destaque para experiências em ilhas, áreas ribeirinhas e projetos de ecoturismo.
Durante a COP30, o estande do Ministério do Turismo apresentou propostas ligadas ao turismo regenerativo, que valoriza práticas que restauram os ecossistemas, com exemplos bem-sucedidos como a Aliança Futuri, na Bahia, e a implantação do selo Bandeira Azul na Praia do Pesqueiro, na Ilha do Marajó.
A expectativa é que, após o evento, Belém mantenha o protagonismo como porta de entrada da Amazônia brasileira, atraindo visitantes interessados em natureza, cultura e experiências autênticas ligadas à sustentabilidade.
Embora os desafios estruturais e sociais sigam sendo significativos, o momento marca um ponto de inflexão para o turismo na capital paraense. Belém se apresenta ao mundo não apenas como anfitriã de um evento global, mas como um destino que busca redefinir sua relação com o território, a biodiversidade e suas comunidades.




