Ministro do Turismo resiste à saída do governo Lula e mira vaga ao Senado pelo Pará em 2026. Diretório estadual também pode ser dissolvido.
O União Brasil marcou para a próxima quarta-feira, 8 de outubro, a reunião da Executiva Nacional que decidirá sobre a possível expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, dos quadros do partido. A legenda alega “reiterada infidelidade partidária”, após Sabino manter-se no cargo mesmo após a orientação da sigla para que todos os filiados deixassem funções no governo federal.
A permanência do ministro no Executivo contraria a linha adotada pelo União Brasil, que rompeu formalmente com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sabino, no entanto, resiste à saída e articula apoio de Lula para disputar uma vaga no Senado pelo Pará nas eleições de 2026.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou em suas redes sociais a decisão do partido. “Após tratativas com o presidente Antonio de Rueda, comunico que está decidida a realização, na próxima quarta-feira, da reunião da Executiva Nacional do União Brasil para deliberar sobre a expulsão do deputado Celso Sabino por reiterada infidelidade partidária”, publicou no X (antigo Twitter).
Além da análise da expulsão, a executiva também avaliará a dissolução do diretório estadual do partido no Pará, atualmente sob o comando de Sabino. A intenção, segundo Caiado, é reestruturar o União Brasil no estado com lideranças que se oponham de forma clara ao governo do PT. “Queremos que o partido seja conduzido por quem realmente combate a venezuelização do Brasil”, declarou.
Mesmo após ter protocolado seu pedido de demissão há duas semanas, Sabino combinou com o presidente Lula que deixaria o cargo apenas após uma viagem oficial ao Pará. Concluído o compromisso, o ministro recuou e optou por permanecer no posto, contrariando a decisão da cúpula partidária.