Entrevista presencial passa a ser obrigatória para todos os solicitantes e redes sociais públicas são exigidas para vistos de estudo e intercâmbio. Valor total do processo pode ultrapassar R$ 2,5 mil.
Viajar para os Estados Unidos ficará mais caro e mais rigoroso a partir das próximas semanas. A partir de 1º de outubro, solicitantes de vistos precisarão pagar uma nova taxa chamada “Visa Integrity Fee”, no valor de US$ 250 (cerca de R$ 1,4 mil). A cobrança será feita somente em casos de aprovação do visto, no momento da emissão do documento.
Essa taxa se soma à tradicional taxa consular de US$ 185 (aproximadamente R$ 1.006) e ao valor do formulário I-94, que custa US$ 24 (cerca de R$ 129). Com isso, o custo total do processo pode chegar a cerca de R$ 2.550, considerando a cotação atual do dólar.
A nova cobrança faz parte de um pacote fiscal aprovado ainda durante o governo de Donald Trump e atinge, principalmente, estrangeiros que solicitam vistos de não-imigrantes — ou seja, aqueles destinados a viagens temporárias, como turismo, estudo, intercâmbio ou negócios.
Entrevista presencial passa a ser obrigatória
Além da nova taxa, outra mudança significativa começa a valer a partir do dia 2 de setembro: a entrevista presencial voltará a ser obrigatória para todos os solicitantes, independentemente da idade. Antes, apenas pessoas entre 14 e 79 anos precisavam comparecer a uma entrevista no consulado ou embaixada.
Algumas exceções foram mantidas para casos específicos, como:
- Portadores de vistos B-1 ou B-2 vencidos há menos de 12 meses;
- Solicitantes que tinham ao menos 18 anos na emissão anterior;
- Portadores de vistos diplomáticos ou oficiais (A, G, NATO, etc).
Mesmo assim, a isenção da entrevista depende de uma série de critérios, como nunca ter tido um visto negado e realizar o pedido no país de residência ou nacionalidade. Casos com alterações no perfil do solicitante, vínculos fracos com o país de origem ou histórico de permanência irregular nos EUA podem resultar na obrigatoriedade da entrevista, mesmo para quem se enquadraria nas exceções.
Outra nova exigência afeta quem solicita os vistos F, M e J, destinados a estudantes e intercambistas. A partir de agora, os perfis em redes sociais dos candidatos devem estar configurados como públicos no momento da solicitação. O objetivo é permitir que autoridades dos EUA realizem uma checagem completa dos antecedentes e do comportamento digital dos solicitantes.
As mudanças fazem parte de um movimento do governo norte-americano para aumentar o controle migratório, dificultar pedidos inconsistentes e combater fraudes. Especialistas apontam que as exigências visam fechar brechas que eram exploradas por quem não atendia aos requisitos legais para entrada nos EUA.
Há ainda discussões em andamento sobre a criação de uma “taxa premium”, no valor de até US$ 1.000, que permitiria acelerar o agendamento da entrevista — medida que pode ser implementada até o fim de 2025.