Celso Sabino afirma que haverá leitos suficientes, preços justos e até navios-hotel com diárias subsidiadas para delegações de países de baixa renda.
Em meio a críticas sobre os altos preços da hospedagem para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), o ministro do Turismo, Celso Sabino, garantiu que a cidade estará pronta para receber as delegações com infraestrutura adequada e valores acessíveis. “Temos hospedagens e temos preços justos”, afirmou o ministro em entrevista à Agência Brasil.
Sabino esteve na capital paraense vistoriando obras de infraestrutura e empreendimentos hoteleiros financiados com recursos do governo federal, por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). Segundo ele, as obras seguem dentro do cronograma e representam mais de R$ 4 bilhões em investimentos, que deixarão um legado permanente para a população da região metropolitana de Belém.
Entre as soluções apresentadas para ampliar a oferta de leitos está o uso de dois navios que ficarão atracados na Ilha de Outeiro, a cerca de 30 minutos do centro de convenções da COP. O transporte será feito por uma linha expressa do BRT, também em obras. “Estamos com milhares de leitos que vão ficar prontos agora em agosto. Alguns ainda nem começaram a ser disponibilizados”, disse Sabino.
Ele também informou que haverá diárias subsidiadas para delegações de países com menor poder aquisitivo, para garantir a participação de todos os Estados-membros da ONU. A medida busca rebater críticas sobre uma possível elitização do evento e o risco de esvaziamento de sessões temáticas pelos custos.
O ministro reconheceu que houve casos pontuais de preços abusivos, mas classificou as denúncias generalizadas como “mal-intencionadas” ou “desinformadas”. Ele citou hotéis com diárias de R$ 2 mil a R$ 3 mil como dentro da normalidade para grandes eventos internacionais e destacou que muitos estabelecimentos estão com valores regulares.
“A Senacon notificou a rede hoteleira, e o setor respondeu positivamente. Conseguimos garantir percentuais de leitos com preços abaixo da média do mercado”, afirmou. Ele também ressaltou que Belém não repetirá os problemas observados em outras COPs, como dificuldades com idiomas e transporte.
Questionado sobre relatos de delegações que sugeriram transferir parte das sessões da COP30 para outras cidades brasileiras, mantendo apenas a cúpula de líderes em Belém, Sabino foi enfático: “Aqueles que apostam contra a COP da floresta, a COP de Belém, vão perder”.
Sobre a plataforma digital lançada pelo governo para concentrar ofertas de hospedagem durante o evento, o ministro reconheceu instabilidades, mas garantiu que está sendo ajustada. “Nosso objetivo é que qualquer pessoa no mundo possa acessá-la com facilidade e encontrar acomodações disponíveis em Belém durante a COP30.”