Depois das esperas recordes registradas após a pandemia, que causaram incluso um projeto de lei recentemente apresentado, finalmente os longos períodos para obter um visto para os Estados Unidos podem estar sendo reduzidos. 

Os Estados Unidos outorgou durante o primeiro semestre deste ano um total de 547.000 vistos a cidadãos brasileiros, ou seja, um aumento de 34,8 % em comparação com o mesmo período de 2022. 

Destes vistos, 516.800 foram para o “turismo e negócios”, cifra que dá um aumento de 38,7 % em comparação com o primeiro semestre de 2022, segundo os dados do escritório de advogados de imigração AG Immigration, com sede em Washington.

O escritório se baseia em cifras do Departamento de Estado dos Estados Unidos. 

Parte do aumento se deve à ampliação dos serviços públicos prestados pela embaixada e pelos consulados dos Estados Unidos no Brasil, explicou à Agência Brasil Felipe Alexandre, um dos sócios do escritório. 

No entanto, o aumento se deve também “à base de comparação, já que em 2022 a emissão ainda estava recuperando-se do período de quase dois anos no qual esteve paralisada devido a pandemia, que interrompeu os serviços de imigração”.

Segundo o especialista, a demanda acumulada poderia gerar que 2023 termine “com o maior volume de vistos estadunidenses concedidos da história”.

O Brasil foi o terceiro país que mais vistos recebeu nos seis primeiros meses do ano, depois do México (1,3 milhões) e da Índia (783.800). A Colômbia (261.500) e a China (254.000) completam os cinco primeiros lugares.

O visto de turismo e negócios é a que mais demora, embora alguns casos não requeiram entrevista na embaixada ou consulados (por exemplo para os que renovam seu visto, ou para os solicitantes menores de 14 anos e maiores de 79).

Os longos tempos de demora para o visto poderiam melhorar também graças a um projeto de lei bipartidária apresentado por duas legisladoras estadunidenses, a republicana María Elvira Salazar e a democrata Susie Lee.

Trata-se da Lei de Redução do Tempo de Espera dos Vistos de Visitante, que busca diminuir a um máximo a 30 dias os tempos necessários para tramitar o visto nas embaixadas e consulados estadunidenses.

“Atualmente estamos tendo atrasos históricos para os vistos de turista aos Estados Unidos. Muitos possíveis turistas aos Estados Unidos devem esperar mais de dois anos e cinco meses só para obterem uma entrevista para ver se são escolhidos para um visto de turista”, disse Salazar, precisando que “isto prejudica nossa economia e evita que as famílias vejam seus seres queridos”.

Para Lee, por sua vez, os prolongados tempos de espera complicam o crescimento econômico e o turismo nos Estados Unidos: “Com os tempos de espera do processamento de vistos de turista, que geralmente demoram vários anos, lugares como Las Vegas estão vendo menos turistas e menos negócios, o que obstaculiza o crescimento econômico e também impede que muitos recebam seus familiares do mundo todo para celebrar alguns dos momentos mais importantes da vida”.

O novo projeto propõe que o Departamento de Estado descreva um plano de ação para os destinos onde os tempos de espera para as entrevistas de visto são de até 100 dias e estabelece uma designação temporal de funcionários a outras dependências diplomáticas onde os tempos de espera superam os 300 dias.