Com mais de 844 mil passageiros e uma injeção econômica de R$ 5,2 bilhões na economia brasileira, o período foi um dos mais prósperos para a indústria de cruzeiros na região.
Os dados são do Estudo sobre o Perfil e Impactos Econômicos dos Cruzeiros no Brasil, elaborado pela CLIA Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O documento reforça o papel da indústria de cruzeiros não apenas como um motor de crescimento econômico, mas também como um setor que fortalece o turismo local e gera empregos.
Os R$ 5,2 bilhões injetados na economia incluem gastos diretos, indiretos e induzidos, abrangendo uma ampla gama de setores. Entre os mais relevantes estão os R$ 2,8 bilhões gerados pelas companhias de cruzeiros, grande parte destinada à compra de combustível, manutenção dos navios e operações logísticas. Além disso, os R$ 2,4 bilhões gastos por passageiros e tripulantes nas cidades e portos de embarque, desembarque e trânsito fortaleceram as economias locais, beneficiando comércios, restaurantes, hospedagens e fornecedores de serviços turísticos.
Esse aumento no fluxo de dinheiro teve um efeito direto sobre a arrecadação de impostos, que chegou a R$ 556,9 milhões nos níveis federal, estadual e municipal. Esses recursos não apenas fortaleceram as receitas governamentais, mas também permitiram investimentos em infraestrutura turística e melhorias nos serviços das cidades costeiras mais visitadas por cruzeiros.
Um dos aspectos mais positivos desta temporada foi a criação de 80.311 novos empregos, representando um crescimento de 0,9% em relação à temporada anterior. Esses empregos abrangem uma ampla gama de funções, desde tripulantes a bordo dos navios até trabalhos indiretos na cadeia produtiva de apoio, como operadores turísticos, agências de viagem e serviços locais nos destinos visitados.
Em cidades portuárias como Santos, Rio de Janeiro e Salvador, o impacto dos cruzeiros foi crucial para o sustento da atividade econômica e a geração de oportunidades de trabalho durante a alta temporada.
No entanto, o presidente da CLIA Brasil, Marco Ferraz, alertou que o Brasil precisa melhorar sua infraestrutura e reduzir os custos operacionais para continuar competitivo no mercado global de cruzeiros.
O estudo sobre o perfil dos cruzeiristas na temporada 2023/2024 oferece uma perspectiva positiva em relação à satisfação e lealdade dos viajantes. Cerca de 92% dos passageiros expressaram a intenção de fazer outro cruzeiro, destacando a capacidade da indústria em fidelizar seus clientes. Os destinos mais populares entre os turistas incluem a Costa Nordeste do Brasil, além de destinos internacionais como o Caribe e a Europa.
Além disso, o perfil dos viajantes mostrou um crescente interesse por experiências sustentáveis. À medida que a consciência ambiental aumenta, os passageiros exigem que as empresas de cruzeiros adotem medidas para reduzir seu impacto ambiental.
